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Trackeando tudo que faço.

Recebi alguns meses atrás um email de um serviço que usava falando de um aumento no valor da assinatura.

Com assinaturas para todo lado, já fiquei chateado porque, claro, qualquer aumento é significativo e essencialmente perpétuo. O serviço em questão foi o Trakt.tv, um aplicativo para você rastrear o que você assiste de séries e filmes. Outros serviços parecidos como o Letterboxd são fenômeno entre os cinéfilos, ou o TV Time para séries - embora agora também consiga colocar filmes por lá. O serviço dobrou de preço, dos antigos $30/ano (R$159,99 na cotação de hoje) para $60/ano (R$319,97).

Era um serviço que gostava muito, e me ajudava a lembrar e compilar uma lista no fim do ano (ah, o Wrapped) do que assisti e o que mais me chamou atenção. Mais importante, o Trakt tinha vantagens de fazer esse rastreio automático em muitos casos, deixando tudo extremamente simples e sem precisar pensar muito para que isso funcione. Esse aumento foi mesmo um banho de água fria.

Decidi não continuar. Como disse, gostava bastante, mas não era essencial o suficiente para manter isso funcionando e comecei a procurar por alternativas. Outras muito parecidas foram se mostrando difíceis de entender e usar, por isso apelei ao self-hosting. Decidi começar a usar o Yamtrack, serviço bastante popular ao que parecia e fácil de rodar na minha própria infraestrutura. Achei massa ter opções assim disponíveis.

Depois de meses testando e usando o Yamtrack, me peguei não atualizando nada, nem mesmo a minha lista de coisas para assistir. Me peguei pensando qual o propósito disso tudo, e qual o valor que estou tirando disso. Penso que é um clássico entre círculos nerds, mas a vontade de rastrear tudo que eu faço pelo simples parazer de saber é grande. Eu preciso? Não.

Simplificando

Não é a resposta certa para todo mundo - existe uma resposta certa nesse caso? Duvido. Cada pessoa é diferente, e cada momento é diferente. Eu passei mais de dois anos meticulosamente adicionando esses filmes e séries, e pagando assinatura de serviço para o fazer. Simplesmente deixou de ter sentido, deixou de me trazer algum tipo de valor. Então estou abandonando esses esforços por enquanto, e deixando de lado esse mar de complexidade para facilitar a minha vida.

Vai ser também um bom momento para eu refletir sobre o que mais na minha vida está sendo complexidade adicionada, sem trazer qualquer tipo de valor. Não é algo que estou descobrindo agora, longe disso. Já sei que faço da minha vida muito mais complexa do que deveria no momento que decidi montar um servidor para rodar na minha casa. Muito antes até provavelmente, mas via como algo da minha personalidade. Agora, é só mais uma atividade que me deixa ansioso.

Espero que essa minha mudança ajude você, caro leitor, a também repensar esses workflows complexos.